Carta ao nobre amigo

Carta ao nobre amigo

Brasília, 5 de fevereiro de 2009
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Amigo João Hilário,

Hoje nas linhas iniciais de minha correspondência te proponho uma charada. "É coisa indispensável às mãos dos que almejam mudanças sociais. Talvez, aos olhos dos alienados, possa soar como uma crise de superprodução! Há também quem diga que ele é indispensável mesmo é no semblante dos políticos corruptos”
Com o avento do ovo no setor político nacional, a classe administrativa tem andado com o pé atrás. É! O ovo!
Segundo o grande sociólogo, Seu Mário, porteiro aqui do prédio, o ovo possui todo um sentido que lhe dá o passaporte para servir de ícone inerente aos manifestantes. Em uma de minhas idas e vindas pela portaria, parei ao vê-lo ocupar-se em explicar sua teoria:
- Assim como se espera o nascimento de um ser a partir de um ovo, de um político, esperamos o nascimento do impulso para melhorias em diversos setores do país. E se constatamos que desse político, responsável pelo impulso, não nascem perspectivas de crescimento, jogamos ovos nele. Preferencialmente um ovo estragado
Nada mais pragmático.
Os políticos que se cuidem! E como você sabe sou deputado, portanto, faço parte dessa classe. Até nas primeiras páginas dos jornais observam-se mais ovos que parlamentares. E o nosso “marketing”? Embora eu ainda não faça parte do grupo de ornamentados com claras e gemas, devo acolher como justificáveis certas ações. Talvez eu mude de opinião caso receba o primeiro ovo, mas há uns partidários meus que mereceram. Devo concordar com um nobre deputado caririense, que em uma de nossas conversas soltou:
- Para quem estava acostumado a bater nos ovos dos brasileiros, tem sido difícil aceitar essa retribuição.
E em analogia a um desses dizeres populares, completou:
- Quem no ovo bate, com ovo será atingido!

Abraços nobre jornalista
Dep. João Furtado Vitém

Obs.: Qualquer semelhança com a verdade não passa de mera coincidência.

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