Tanto de tudo e nada

Muito do carro, do som
Da marca estampada.
Tanto do tênis de quinhentos
Mais ainda da hipertrofia músculo-esquelético.

Tanto da vida alheia
Das coisas mais etéreas que eternas
Mais solúveis que o tempo.
Muito da moda da tendência, da compra que exige.

Da música monossilábica, nossa! Tanto!
Muito da pose, do álcool.
Tanto do álcool!
Da prudência não muito.

Eternidade da paixão agora instantânea
Que seja eterno enquanto dure um minuto.
Muito do ter sem poder
Do ser sem ser.

Da ioga sem a mente e pelo corpo
Do Segredo pela riqueza
Muito do protesto pelo benefício próprio.
De honestidade, nem tanto!

Muito de tudo para ter
Tanto de poema sem poesia
Do luxo sem conforto
De tanto, de tudo

E nada...

Um comentário:

Junú disse...

Belas palavras! As pessoas andam paradas, cheias de nada! Alma, corpo e mente, todos separados, perdidos, desencontrados...

Abraços, poeta!!